segunda-feira, 21 de junho de 2010

Jornalista Antonio Bantes realiza sonho antigo e entra para o mercado de livros







" O que impede um crescimento do mercado editorial é a falta do hábito de leitura é a deficiência na formação de leitores, embora nos últimos 12 anos as coisas estejam mudando com programas governamentais de incentivo a leitura e projetos organizados pelo terceiro setor e bancados pela iniciativa privada"



Amazonense de Manaus, nascido no ano de 1957. Ex - coroinha da Igreja de São Sebastião, ex-comunista do PCB, vendedor, jornalista (Diário de Roraima, Folha de Boa Vista, Tribuna de Roraima e outras revistas e jornais de Manaus, Belém e São Paulo), esse é Antônio Bentes Valle Júnior nosso entrevistado de hoje. Apaixonado por livro desde criança quando ganhou de sua mãe 10 volumes com histórias dos irmãos Grimm. Hoje vê um antigo sonho realizado, abriu sua própria livraria, a Saber. Casado com Susanmara e pai feliz de três joias raras: Eduardo, Sarah e Thiago.

1 - Por que você resolveu abrir uma Livraria?

R- Era um sonho antigo, acalentado em conversas com minha mulher, amiga e companheira. Hoje, mais maduro e experiente, acho que posso oferecer a sociedade de Roraima uma boa opção para o cultivo do hábito da leitura.

2 – Para alguns editores livreiros a indústria editorial esta defasada. E com a facilidade de comprar pela internet, receber em casa ou até mesmo com o surgimento do livro digital, como ficam as vendas de livros impressos?

R - Discordo da afirmação que a indústria editorial esteja defasada. O Brasil tem hoje mais de uma centena de boas editoras. O que se publica aqui é de alta qualidade gráfica e editorial. Editoras como Martins Fontes, Brasiliense, Cosac & Naif, Intrínseca, Companhia das Letras e tantas outras estão alinhadas com os bons lançamentos da produção estrangeira recente, com excelentes traduções e primor gráfico comparável aos melhores livros europeus e americanos.

A venda de livros pela internet atende um público especifico que quer promoção e preço baixo, o leitor voraz e com capacidade intelectual acima da média compra nas livrarias físicas e nas virtuais, ele não procura promoções, deseja qualidade e diversidade.

Esse leitor gosta do cheiro do papel, da conversar com outros leitores e com os vendedores, estão sempre em busca de sugestões e indicações.
Na Saber, continuamos vendendo o que vendíamos em outubro de 2010 quando assumimos a franquia da Vozes e mudamos a razão social para Saber, e crescendo.

Tem outros fatores que influenciam a fidelidade de nossos clientes: entrega imediata; possibilidade de troca em caso de defeito no livro, o que a internet não permite; preço igual a das grandes redes de livrarias virtuais e sobretudo valorização da cultura local.

3 - Outro dia li numa reportagem que houve uma queda no número de livraria e nas vendas de livros, é uma tendência diminuir o número de livrarias e as vendas de livros?

R- Bom, no Brasil realmente tem diminuído o número de livrarias, porém a queda de livros vendidos é pontual em alguns setores do mercado como autoajuda e literatura. No que diz respeito aos livros técnicos e científicos as vendas estão estáveis.
Embora as livrarias na acepção da palavra estejam diminuindo, o mercado tem se ajustado e procurado novos canais de distribuição, como farmácias, bancas de revistas, supermercados e grandes empresas de venda de porta em porta como a Avon.

4 - Hoje nas grandes cidades as livrarias estão migrando para os shopping, parece que o comércio melhora em circuito onde tem muitas lojas, como fica nosso Estado, não temos um shopping, onde as pessoas vão passear e fazer comprar e acabam levando também livros, isso é um problema para o comercio de livros em Roraima?

R - Não vejo a criação de shoppings como a salvação da lavoura. Como já bem disse o Jessé Sousa, não é a inauguração de franquias do McDonalds, ou outras, que vai nos levar ao caminho de um comércio forte e uma sociedade justa e igualitária.

As chamadas livrarias de rua como a nossa, sofrem uma concorrência das grandes redes como Saraiva e Cultura, de São Paulo, porém, este é um modelo que não deve durar muito tempo. Grandes lojas como as do Carrefour e Wal Mart estão sofrendo retrocessos e se adequando a tempos inflação controlada e público cada vez mais exigente.

Nas grandes redes o consumidor é só um número, é estatística, aqui ele é o seu João que gosta do Erico Veríssimo, do João Ubaldo Ribeiro e quer discutir futebol e política, coisa que ele ao não pode fazer no padrão de atendimento exigido pelas grandes redes.

Para nos que estamos vivenciando este momento impar da ausência de um shopping em Boa Vista, é hora de investir em treinamento e capacitação de pessoal e diversificar títulos e editoras.

5 - O que ameaça mais o mercado dos livros impressos, o livro digital ou a deficiência do ensino e a não formação de leitores em quantidade?

R- Você agora tocou num ponto crucial. O que impede um crescimento do mercado editorial é a falta do hábito de leitura é a deficiência na formação de leitores, embora nos últimos 12 anos as coisas estejam mudando com programas governamentais de incentivo a leitura e projetos organizados pelo terceiro setor e bancados pela iniciativa privada.

6 – A migração do comércio para os shoppings e farmácias é outra ameaça as livrarias?

R - Não, na verdade a venda de livros em farmácias não é novidade no Brasil, o Monteiro Lobato já fez isso com sua editora e com a Brasiliense. São espaços necessários para escoar uma produção cada vez maior num pais de poucos leitores.

7 - Você tem aquela visão de buscar fidelizar clientes e, não, simplesmente, vender livros? Como faz isso?

R - Cativar o cliente é obrigação do livreiro. Uma boa equipe de vendas, afinada com o estoque da empresa e com as tendências nacionais e internacionais é fundamental para fidelizar o consumidor.

Conhecer o cliente pelo nome, seus gostos, seu perfil, enfim, valorizar características do público que você atende, mantendo seu catalogo de acordo com as necessidades do mercado.

8 - O que mais poderá ser agregado às vendas de livros na Saber?

R - Assumimos a livraria em outubro do ano passado, na Vozes havia uma forte tendência por livros de venda rápida com um pequeno mix de produtos religiosos.

Como desconhecíamos os produtos religiosos resolvemos manter somente a venda de partículas e hóstias para as comunidades católicas. Agora, com mais calma, iremos criar um espaço exclusivo para a essas comunidades com um mix de produtos novos. Espaço que pretendemos inaugurar até dezembro.

Em nossa administração optamos por investir em diversidade, inclusive até, pela minha formação intelectual e de militância no movimento estudantil em Manaus.

Estamos aos poucos oferecendo novos títulos nas ciências sociais e ampliando o número de editoras nas áreas de direito, concursos e educação, que somos forte.

Outro aspecto fundamental é a valorização do autor local. Quando assumimos criamos uma área para concentrar cerca de 50 títulos de livros sobre Roraima e/ou escritos por pessoas que moram aqui ou nasceram aqui.

Começamos a ofertar CDs de cantores como o Eliakim Rufino, Jorge Farias e Euterpe, e da nossa amiga e jornalista Márcia Seixas. Apoiamos alguns eventos de faculdades e sempre que podemos vamos às ruas levar nossos livros.

A banda AltF4 é o jovem sucesso do momento no rock local















A banda AltF4 é formada por jovens estudantes roraimense, começou a carreira cantando e tocando músicas de bandas nacionais e hoje faz sucesso na internet com composições próprias. O que começou sem pretensão e simplesmente pala diversão e o prazer de fazer música, hoje é encarado com muita responsabilidade por Neto, vocalista, Bento Filho, guitarrista, Betinho, baixo e Rodrigo, bateria. São mais de 15 composições e sucessos como: "Relógio Velho" e "Só Você" e "O mundo não gira ao seu redor", "Recordações", "Batman" entre outras e a banda já participou de eventos importantes como Grito Rock, Tomarrock na Praça, Roraima Rock, Fest Rock, e se prepara para a gravação de seu primeiro EP.

A banda gravou para o Coisas Daqui no estudio Parixara.


você pode ouvir o som da banda no Palco MP3

www.palcomp3.com.br/altf4oficial



Euterpe e a mistura de ritmos do CD Batida Brasileira







A cantora e compositora Euterpe, natural de Boa Vista, gravou seu primeiro CD “Batida Brasileira” que traz uma mistura natural dos ritmos presentes aqui na região. Música indígena, afro-caribenha, samba de cacete, salsa, cúmbia, marabaixo, xote bragantino, naiambing, reggae e zouk, são alguns dos ingredientes rítmicos que fazem do CD um sucesso. Euterpe iniciou sua carreira de cantora no Coral Canarinhos da Amazônia, em Boa Vista, RR, em 1999 aos 11 anos de idade. Participou das gravações dos CDs: Amigos para sempre (1999), Brasil 500 anos (2000) e Canarinhos ao vivo no Teatro Amazonas (2002). Residiu em Manaus de 2003 a 2006 e foi destaque na cena musical da capital do Amazonas apresentando-se em casas de música ao vivo e outros espaços culturais. É deste período sua pré-classificação para o Programa FAMA da Rede Globo, onde chegou a ser semi-finalista. Foi vencedora da Mostra Canta Roraima no ano 2007, promovida pelo Sesc e indicada como representante do seu estado no 30° Femucic em Maringá, PR, com a música Xapuri de George Farias e Eliakin Rufino.

Em 2008 ganhou os prêmios de 1° lugar e melhor intérprete no 11° Festival de Música de Roraima - FEMUR- realizado em Boa Vista, RR, com a múscia Outros Brasis, parceria de Roberto Dibo com Eliakin Rufino. Em 2009, também em Boa Vista, foi primeiro lugar e melhor intérprete no Festival Canto Forte, com a música Capoeira de sua autoria em parceria com Eliakin Rufino. A cantora e compositora pretende lançar em breve mais dois CDs com o mesmo título, compondo o que ela batizou de Trilogia Batida Brasileira. Com músicas de sua autoria, composições de parceiros e convidados, o objetivo da artista é mostrar a música popular brasileira que é produzida no norte do país. Batida Brasileira. Ela é nossa entrevistada de hoje.

Como a música começou a fazer parte da sua vida, fala um pouco da sua trajetória, historia interessante que você deseja contar,

R- Comecei a estudar música desde pequena por influência do meu pai. Cantei nos corais da Escola de Música e Canarinhos da Amazônia, estudei violão com o Cláudio Moura, e cantei em casas de espetáculo na noite de Manaus. Ganhei prêmios em festivais e este ano lancei meu primeiro cd o Batida Brasileira.

Como foi essa mudança de nome o que levou você a adotar o nome artístico de Euterpe, quando já era conhecida como Andressa Nascimento?

R - O nome artístico veio em um momento de formação artística. Passei três anos formatando a proposta da minha arte. O pseudônimo aconteceu antes do lançamento do Cd para dar uma cara artística para minha cena. Pensei em um pseudônimo que tivesse a ver com o produto e que causasse uma reação no consumidor. Euterpe, meu atual nome artístico, é uma das nove musas da mitologia grega, a que preside a música e a poesia lírica. É também o nome científico da palmeira do Açaí.

O reconhecimento na coluna Sintonia Fina de Nelson Mota , como ele teve contato com seu trabalho?

R- Nelson Motta teve contato com meu CD porque eu enviei pelo correio para o endereço do programa Sintonia Fina um exemplar para ele que é o maior crítico de música do Brasil. Dias depois a música ‘Pandeiro de Jackson’ estava em destaque em sua coluna com o comentário dele. O comentário do Nelson causou uma boa repercussão e deu maior visibilidade ao Batida Brasileira.

Fala da sua participação no Projeto Pixinguinha?

R- O Projeto Pixinguinha é um projeto da Funarte que tem o objetivo de fomentar a produção musical no Brasil. Através deste projeto, pude captar um recurso e gravar meu primeiro CD Batida Brasileira.

E o CD Batida Brasileira, fale dele

R- Batida Brasileira é um disco que reúne temas dinâmicos e multiculturais, de minha autoria em parceria e músicas de compositores da MPB do norte do Brasil. Nas letras, imagens do Brasil afro-índio, com levadas latinas e caribenhas. A primeira tiragem de 1.000 cópias está esgotada. Estou feliz com a boa repercussão do CD e agora estou providenciando uma nova tiragem de 5.000 cópias.

Têm músicas de sua autoria, quais?

R- As músicas Saravá, Reggae Leaves, Vem do Mar e Capoeira, são de minha autoria em parceria com o poeta Eliakin Rufino, e Feitiço é uma parceria com o poeta Gilberto Mendonça Telles. Essas cinco músicas estão no Cd Batida Brasileira, fiz as melodias para as letras.

Quem participa do CD, nas parcerias, na produção?

R- A concepção e direção artística é do Eliakin Rufino junto comigo. A direção musical é do Adelbert Carneiro, a mão de couro é do Trio Manari de percussão e contei com participações especiais da guitarra do Chimbinha do Calypso, Acordeon do maestro Luís Pardal, e direção de voz de Nilson Chaves.

Quais os seus ritmos preferidos para ouvir e para cantar?

R- Samba, batuque, reggae, zouk, cúmbia, marabaixo, ritmos dançantes.

E outro CD, quando chega e o que traz de novo?

R- O próximo Cd se chamará Batida Brasileira II, uma seqüência deste primeiro, que deverá compor uma Trilogia que tem como objetivo reunir a riqueza rítmica da região norte do Brasil. Pretendo gravar este disco no início de 2011 com novas músicas, novos parceiros e ritmos diferentes.

Você tem outros projetos musicais além do CD Batida Brasileira?

R- Neste momento acabo de ser selecionada para compor o vocal da Banda Universitária da UFFRR que se chamará “Paricarana Band”. A Universidade Federal de Roraima, onde curso Letras, resolveu valorizar os estudantes músicos da instituição oferecendo uma Bolsa Cultura. O processo seletivo já aconteceu e nós estamos nos primeiros ensaios, a banda será do gênero Pop Rock com influências de música brasileira. As primeiras apresentações serão no segundo semestre em eventos da Universidade. Estou me envolvendo também em ações do Movimento Negro e pretendo desenvolver um trabalho social com as internas da P.A.

Como você vê essa nova fase da cultura local com a realização de festivais, muita gente jovem fazendo arte, é um bom momento cultural?

R- É um bom momento cultural no Brasil. O Governo do presidente Lula tem feito muito pela promoção da arte e preservação da cultura brasileira através do Ministérios da Cultura. O Projeto Pixinguinha, o qual fui premiada, por exemplo, é uma ação do Governo Federal. Não foi preciso eu sair de Roraima, me mudar para um grande centro para captar um recurso federal e começar minha carreira.
Tem muita gente genial aqui em Roraima fazendo arte. Faltam políticas públicas de promoção e incentivo da arte local.

Você acabou de compor uma musica nova. Que música é essa, qual o estilo?

R- A música nova se chama Loura Linda, uma homenagem as louras que sofrem muito preconceito pelo tom das suas madeixas e são vítimas de piadas de mal gosto. O ritmo é um samba funk.

Quais os cantores e músicos que te influenciaram, quem são seus preferidos hoje? O que você escuta?

R- Ouço muita música brasileira. Ouvi e ouço os grandes nomes como Chico Buarque, Caetano Veloso , Gilberto Gil, Milton Nascimento, Chico da Silva, Noel Rosa, o maestro Waldemar Hernrique , entre outros. Atualmente ouço as cantoras cabo-verdianas Mayra Andrade e Sara Tavares, também ouço Ayo, uma cantora inglesa que tem um som bem legal. Mais recente mesmo estão os Cds que trouxe do Femucic, a Mosta de Música do Sesc-PR onde eu pude conhecer vários artistas emergentes como eu e adquirir vários discos de música independente. Trouxe do sul os CDs: Sapecando no choro de Belém, Ana Paula da Silva de Florianópolis, e da Banda Trieiro de Cuiabá, todos novos trabalhos da mais recente edição do Projeto Pixinguinha.


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músicas do Batida Brasileira disponíveis para áudio na Rádio Uol
Cd Batida Brasileira disponível através do site:
www.tratore.com.br